“Escureceu como se fosse acontecer uma chuva com trovoadas.
De repente começaram a cair imensas pedras de gelo. Nunca vi granizo daquele
tamanho. Foi um bombardeio. Não durou mais que três minutos, mas pareceu uma
eternidade. Foi horrível”. O relato é da dona de casa Keler Macedo Maciel
Cândido, moradora da localidade Altos da Boa Vista, a 25 quilômetros do
perímetro urbano de Bom Jardim da Serra.
O temporal descrito por ela ocorreu por volta das 17h 30min
de terça-feira e deixou um rastro de pelo menos 250 casas com o telhado
destruído ou parcialmente destruído. O que chamou a atenção foi o tamanho das
pedras de gelo. Algumas maiores que um ovo de galinha e no impacto com as
coberturas de amianto furaram a estrutura como se fosse papel.
Na propriedade de Solange Assunção Cândido até o pomar de
maçã foi castigado pelo temporal. Ela passou parte do dia de ontem, em busca de
lonas para cobrir sua casa e das noras, que moram ao lado. Na localidade de
Altos da Boa Vista, onde residem cerca de 200 famílias, só escapou dos
prejuízos quem tinha cobertura de telha de concreto ou de barro.
Depois da violenta precipitação a chuva voltou com
intensidade por volta das 2 horas da madrugada desta quarta-feira (21) e choveu
praticamente todo dia, não permitindo que os moradores pudessem recuperar as
coberturas das casas. A maior necessidade dos atingidos é por lona.
A escola da localidade com mais de 100 alunos teve as aulas
suspensas e não há previsão de retorno, porque todas as salas ficaram alagadas.
O secretário de Educação Sebastião Nascimento Melo, disse que iniciará o
levantamento dos danos no telhado da escola assim que o tempo permitir.
Nas localidades de Varginha, onde residem cerca de 100
famílias e Capão Rico com outras 50 famílias, o temporal também foi registrado
com grande intensidade. A assistente social da prefeitura Maria Idaci Silva,
acompanhou a equipe de campo nos levantamentos e disse que não houve nenhuma
solicitação de remoção de família.
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