Dois acontecimentos nos últimos
dias colocam a disputa para a Presidência da República em outro patamar. O
afastamento declarado de Joaquim Barbosa (PSB) do processo eleitoral, anunciado
na última semana, e a derrota da defesa de Lula no STF quanto ao novo recurso
questionando a legalidade de sua prisão, embaralham novamente o jogo sucessório
e afunilam ainda mais as pré-candidaturas para a formação da linha de largada
da corrida para o Planalto.
CIRO GOMES EM ALTA
Enquanto todos os partidos
permanecem especulando sobre o destino dos dez pontos percentuais alcançados
por Joaquim Barbosa nas pesquisas de opinião, um candidato em especial, Ciro
Gomes (PDT), pode festejar o vácuo eleitoral que se forma entre a esquerda e o
centro, faixa em que ele vem atuando desde que se lançou na disputa. Se até o
momento Ciro Gomes vinha pisando em ovos em sua relação com o PT, ora sendo
cotado para vice, ora sendo apontado como alternativa da esquerda na ausência
de Lula, agora pode atuar mais livremente, fazendo acenos até para partidos de
centro, uma vez que suas possibilidades de ir ao segundo turno aumentam
bastante.
PT E BOLSONARO
O virtual banimento de Lula
destas eleições, pela Lei da Ficha Limpa, agravado agora com a perspectiva de
ficar por mais tempo preso, coloca seu partido na incômoda condição de ter que
manter uma candidatura apenas simbólica, servindo tão somente de suporte para o
ânimo da militância, sem nenhuma garantia de que haja efetivamente uma
transferência de votos, lá adiante, para algum candidato do PT que consiga
alcançar dois dígitos nas pesquisas eleitorais. No outro extremo, a candidatura
de direita de Bolsonaro (PSL), sem o contraponto da esquerda com quem possa
marcar o antagonismo, passa a correr sérios riscos de esvaziamento, em
benefício de candidatos mais ao centro.
SEGUNDO TURNO AO CENTRO
Neste cenário, ao invés de termos
uma eleição polarizada entre esquerda e direita, poderíamos ter, no segundo
turno, uma disputa inédita nestas últimas décadas, entre centro-esquerda e
centro-direita, com Ciro Gomes e Marina Silva (REDE) lutando para ser o
representante do primeiro polo, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB) e,
possivelmente, Álvaro Dias (PODE), lutariam para formar o segundo polo. Nesta
perspectiva, não restaria aos militantes de ambos os extremos do espectro
político brasileiro outra alternativa: resignar-se a apoiar um candidato mais
moderado, mais próximo ao centro.
CENÁRIO INCERTO
É claro que ainda pode acontecer
muita coisa até outubro. Até o aparecimento de um novo outsider, coisa que o brasileiro de hoje parece teimar em querer. Mas
o tempo está se esgotando, pois só faltam menos de cinco meses para o dia da
eleição e isso significa pouco tempo para alguém novo se apresentar como
candidato ao eleitor. Veremos.
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