Turistas de perto e de longe esbanjam simpatia e amor
ao frio no Recanto do Pinhão
As delícias de uma terra sem igual garantem a presença
de gente feliz no Calçadão
Não
importa se embarcou em um carro e viajou apenas 29 quilômetros para encontrar
um entretenimento que nem sempre existe em sua cidade, ou se o percurso de 307
longos quilômetros foi demorado e cansativo. Então, o que une os visitantes da
vizinha de Lages, a pacata Correia Pinto, e da mais populosa cidade do Estado,
Joinville? A vontade de respirar o ar geladinho do maior município da Serra de
Santa Catarina, ver o movimento de um local que revisita o passado e valoriza
os talentos regionais e poder saborear pratos típicos de dar água na boca e
encher os olhos. Estes são os presentes do Recanto do Pinhão Aracy Paim, o
espaço aconchegante na Praça João Costa, em que se fundem a tradição, o calor
humano e os corações de lageanos e seus hóspedes que vêm de longe cheios de
saudade ou, no caso dos estreantes, a curiosidade de ver o que essa tal de
Lages tem de bom.
Final
de semana é hora de empurrar os problemas para dentro da gaveta e aproveitar o
tempo de descanso. Tem gente que não pensa duas vezes e assim que ganha uma
folga convida a família e vem para Lages. É o que fez o operador de máquinas,
Marcelo Monteiro, 37 anos, a esposa, a costureira Josiane (32), os filhos, Ana
Beatriz (14) e João Vítor (12), e o sobrinho Kauã, de 10 anos. A família veio
de Correia Pinto neste sábado (26 de maio). “É a primeira vez no Recanto este
ano. Viemos fazer umas comprinhas e assistir aos shows. Aqui é um ambiente mais familiar,
mais povo. A gente gosta de música gaúcha, sertaneja. É perto para vir, aí fica
bom. Na Festa, no Parque de Exposições, queremos ir dia 30. A Ana é fã da
Marília Mendonça”, destaca Marcelo.
De
bem mais longe, Joinville, a engenheira de produção, Dayane Müller, 26, era uma
dos oito turistas encantados com o Recanto do Pinhão. Ela se impressionou e
aprovou o sabor da mistura da paçoca de pinhão, pois nunca havia experimentado.
Bem temperada, a paçoca leva em sua receita pinhão moído, carne de gado e de
porco, bacon,
linguiça e cebola. “É a primeira vez que eu como a paçoca de pinhão. Só
conhecia o gosto do pinhão puro. Adorei”, revela Dayane, natural de Laguna,
acompanhada pelo marido Michel, de Petrópolis (RJ). O ponche também era uma
novidade. “Era um sonho conhecer Lages desde meus 15 anos. Chamou a minha
atenção estas barracas com renda voltada para entidades. Muito legal. As
comidas são diferentes e o comércio está aberto, algo que não se vê em toda
cidade.” Já o esposo analisa: “Lages é uma cidade bem estruturada.”
Dayane
trabalha com a lageana Gabriele Bin, engenheira mecânica. Gabi, como é chamada
pelos amigos, nasceu em Lages, mas mora em Joinville há 11 anos, portanto, é
turista. A guia turística desta comitiva do Norte do Estado é Adriana, tia da
Gabi e anfitriã dos oito visitantes hospedados em sua casa em Lages. A turma
chegou sexta passada e programa assistir, nesta noite de sábado, ao show de Gusttavo Lima,
sensação sertaneja do momento.
A formosura do Recanto
Esta
história começou em 1973, quando Aracy Paim arriscou ferver um tacho com
pinhões bem no centro da cidade e fazer bem aos ouvidos do público com artistas
do acordeon na época.
Pois
é, 45 anos se passaram. Muita coisa mudou. E muita coisa, embora antiga,
renasce nesta época de Festa Nacional do Pinhão, a de número 30 oficialmente.
No palco do Recanto, bandas, grupos, cantores, gaiteiros, dançarinos, estilos
gaúcho, sertanejo, caipira e popular brasileiro, um mix bem brasileiro com toque lageano.
O
céu azul da tarde de sábado (26 de maio), quando a programação do Recanto do
Pinhão completou uma semana, foi prato cheio para um calçadão cheio com rodas
de amigos, famílias, casais e crianças correndo de um lado para o outro. Nos boxes de gastronomia das
entidades filantrópicas, paçoca e pastel de pinhão, ponche, quentão e aroma de
outono/inverno. O paisagismo torna o ambiente mais charmoso e enaltece as
flores e a rusticidade.
Ícone
da Festa do Pinhão, Maria Setembrina Formiga, a Maria Botão, é uma atração de
orgulho da Serra. Neste sábado o figurino era um vestido de prenda em tom bordô
com adorno na cabeça em homenagem à gralha azul, ave símbolo da proliferação do
pinhão. Palhaços, vendedores de balões e de algodão doce, casal de gralhas
azuis em fotos tradicionais e selfies,
barraquinhas de pipoca, portal de boas-vindas como cenário para fotos, um
verdadeiro parque de diversões colorido e acolhedor.
Agenda de dar inveja e pra ninguém botar defeito
No
sábado (26), com alto fluxo na plateia, se apresentaram Jaime Antunes, Grupo Trança
de Cordas, O Rei dos Buenachos, Rogério Blum, Tio Rone e Locomotiva Campeira,
Éder Goulart, Edson Augusto e Edson Brito e Grupo Campanha.
No domingo (27)
14h - Abertura
José Florêncio
Larissa e Léo
Conjunto Fogo de Chão
Leander Sá
Show nacional de Edson e Hudson
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