Apesar
de termos o aquífero guarani e a certeza de água em abundância por um bom
tempo, precisamos nos inserir em um contexto global de economia, pois água
tratada traz custos altos para o município e para o bolso do consumidor.” Jorge
Raineski
O iminente
risco de falta d’água em algumas regiões do país traz à tona discussões acerca
do problema e os órgãos públicos passam a ter ainda mais preocupações com
relação à apresentação de soluções. Nesta terça-feira (17) os secretários de
Planejamento, Jorge Raineski, do Meio Ambiente, Mushue Hampel, e de Águas e
Saneamento (Semasa), Benjamin Schultz, participaram da sessão da Câmara
Municipal apresentando propostas e projetos desenvolvidos pelo Executivo
referentes ao reaproveitamento de água das chuvas e contenção de alagamentos e
enchentes.
Com
relação aos prédios públicos em construção, a Secretaria de Planejamento, de
acordo com a adequação do Plano Diretor da cidade, cumpre determinações que vão
desde a sustentabilidade até a consciência ambiental dos usuários. Cisternas
que possibilitam o reaproveitamento das águas da chuva são implantadas, sempre
com o cuidado de haver um filtro de impurezas que venham junto com o sistema
pluvial.
É um
investimento que será revertido em economia de água ao longo do tempo. “Os
primeiros dez minutos de chuva não são ideais para serem reaproveitados, pois
vêm sempre com sujeira do telhado, dejetos de passarinhos. Existe uma boia que
faz com que essa água inicial seja descartada, o restante vai para um
armazenamento que servirá posteriormente para limpeza, regar as plantas e até
mesmo encher as piscinas”, explica o secretário.
Há outras
formas de economia que serão incentivadas, como a reutilização da água da
máquina de lavar roupa, que na maioria das vezes é descartada no ralo e poderia
ser usada para a limpeza da casa ou no vaso sanitário. “Um dos maiores consumos
de água é na lavagem de roupas e na descarga sanitária. Esse problema pode ser
amenizado construindo um sistema de armazenamento e canalização da água da
máquina de lavar, que poderá ser usada no vaso”, diz Raineski.
Permeabilidade
do solo diminui as enchentes
Além do
cuidado com os prédios públicos, a administração municipal pensa nas áreas
externas, como a impermeabilização do solo. Há bastante tempo as enchentes em
Lages causam preocupação do poder público, seja pelo represamento da água do
rio Caveiras em dias de chuva forte ou pelo grande volume de chuva em pouco
tempo, impedindo a vasão mais rápida do rio Carahá. O problema é agravado com a
falta de permeabilidade do solo.
Cada vez
que se asfalta uma rua ou constrói um prédio aumenta a zona de
impermeabilidade, fazendo com que toda água da chuva escoe mais rápido ao rio.
Com o crescimento da cidade isso pode ser revertido de várias formas: através
da implantação das cisternas que retém essa água para posterior reutilização,
ou então aumentando a permeabilidade do solo através da implantação de pavers nas calçadas e
paralelepípedo nas ruas, ajardinamento em casas e prédios, uso de pisos-gramas
e outros elementos que o município já vem adotando para reter a água da chuva e
impedir que escorra toda ela para o rio. Um dos lugares onde se encontra piso-grama
é na praça João Ribeiro (praça da Catedral).
Nenhum comentário:
Postar um comentário