Dresch
respalda pedido de impeachment contra Colombo
Documento
aponta crime em manobra que desviou R$ 1 bilhão em impostos da Celesc. Deputado
também cobra urgência na apuração das delações da JBS
O
deputado Dirceu Dresch (PT) acompanhou a apresentação de um novo pedido de
impeachment contra o governador do Estado, Raimundo Colombo. O requerimento foi
apresentado por integrantes do Fórum Catarinense em Defesa do Serviço Público
nesta terça-feira,23, e tem como base auditoria do Tribunal de Contas do Estado
(TCE), que revelou irregularidades em doações feitas pela Celesc ao
Fundo de Desenvolvimento Social (FundoSocial) em 2015 e 2016, em troca do
abatimento de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A
operação resultou no desvio de finalidade de R$ 1 bilhão em impostos
devidos.
Com
a manobra, os recursos deixaram de entrar na conta do Estado e foram parar na
conta de doação do FundoSocial. E o governo estadual deixou de aplicar, sobre
esse valor, os percentuais constitucionais que cabem aos municípios, à
saúde, à educação, à Udesc e demais poderes. Com essa artimanha, o
governo não repassou aos 295 municípios (que teriam direito a 25% da
arrecadação de ICMS), mais de R$ 300 milhões. A área da saúde perdeu R$ 150
milhões, enquanto a educação deixou de receber R$ 100 milhões.
Dresch
afirmou que o pedido de impeachment traz acusações graves e que a sua análise
não deve ficar restrita à presidência do Legislativo.“Esse pedido de abertura
de impeachment já foi alvo de uma manobra protocolar para que fosse barrado.
Isso não pode se repetir, exigimos que se respeite o regimento interno e que se
convoque imediatamente a comissão especial que analisará o processo. Queremos
poder fazer uma boa discussão sobre o caso, até porque esse é o nosso papel
como parlamentares.”
O
regimento interno da Assembleia Legislativa determina que o presidente do
Legislativo receba o pedido de impeachment, envie de imediato uma cópia
ao governador, que terá 15 dias para se manifestar, e proceda à abertura
de uma comissão especial, composta de nove membros.
Propina
da JBS: "Colombo não tem condições de permanecer no governo por ato
de corrupção."
O
deputado Dirceu Dresch também cobrou urgência e ampla investigação dos fatos
revelados pelos proprietários da empresa JBS, que em delação premiada afirmaram
que o governador Raimundo Colombo e o então secretário da Fazenda Antonio
Gavazzoni negociaram o pagamento de R$ 10 milhões para a campanha de reeleição.
Em troca, eles teriam oferecido facilidades na privatização da Casan.
"Pela
terceira vez o governador Colombo aparece nas delações da operação Lava Jato
recebendo propina, financiamento via caixa dois para sua campanha política,
tendo como base a privatização da Casan. São afirmações robustas,
detalhadas com nomes, datas dos encontros, locais da entrega da propina - a última
ocorrida em um supermercado da Capital. Em ambas, o governador e o
secretário Gavazzoni estão em cena. É preciso urgência na apuração dos fatos
que colocam em xeque as últimas eleições realizadas em Santa Catarina,
comprovando a interferência do poder econômico no processo eleitoral. Se houver
mínimas provas dos atos apontados pelos delatores, Colombo não tem condições de
permanecer no governo por ato de corrupção."
Nenhum comentário:
Postar um comentário