Wagner fraturou um dos pés e lesionou o tornozelo, sofrendo uma
torção e permanece hospitalizado. Fabíola machucou uma das pernas, mas recebeu
alta do hospital
Agentes
da Defesa Civil Municipal estiveram logo cedo nesta terça-feira (21) na rua
Euclides Cardoso, bairro Beatriz, onde na noite desta segunda-feira (20), pouco
antes das 20h, um deslizamento de terra atingiu uma casa de dois pavimentos construída
rente ao morro. A parede de alvenaria da cozinha ficou destruída. Choveu nesta
segunda-feira e, apesar de não terem sido índices altos, o deslizamento
decorreu do encharcamento do solo provocado pelas chuvas da semana passada.
O
agente de Defesa Civil, Ronaldo Ortiz, funcionário da Secretaria de Meio
Ambiente e Serviços Públicos, chegou ao local da ocorrência 15 minutos depois
do chamado na noite de segunda. Na residência afetada mora o casal de irmãos
Wagner Souza da Silva, 22 anos, que trabalha em uma empresa de comercialização
e instalação de aparelhos de som automotivo, e Fabíola Souza da Silva, 24 anos,
técnica em segurança do trabalho em uma indústria de alimentos congelados em
Lages. Eles se feriram quando a terra do desbarrancamento de aproximadamente
sete metros atingiu a parede traseira lateral direita da moradia.
Wagner
fraturou um dos pés e lesionou o tornozelo, sofrendo uma torção e permanece
hospitalizado. Fabíola machucou uma das pernas, mas recebeu alta do hospital.
Um vizinho prestou a primeira ajuda e é na casa dele que o casal de irmãos está
encontrando suporte até que sejam tomadas outras decisões pela família. O
resgate das vítimas foi realizado por profissionais do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros. A Polícia Militar atuou na
ocorrência.
Laudo e casas isoladas
O
engenheiro civil da Secretaria de Planejamento, integrante do setor técnico da
Defesa Civil, Caetano Palma Neto, informa que o laudo deverá sair ainda hoje
para que a Defesa Civil tome as providências necessárias. “Uma saída é o
aluguel social custeado pelo município”, diz. Além da casa dos irmãos, a do
lado direito está sob ameaça, sendo também isolada. Nesta mora um casal e duas
crianças de 8 e 2 anos. Outra, do lado esquerdo, de tijolo à vista, onde reside
um idoso, também será isolada.
Todas
estão interditadas através da limitação de circulação mediante fitas nas cores
preta e amarela e com a placa de identificação com o número do plantão da
Defesa Civil: 8406-4037. “É uma área de extrema preocupação por se tratar de
uma encosta. Diante do laudo a ser emitido pelo engenheiro Caetano a Defesa
Civil decidirá pela interdição parcial ou definitiva do local”, pontua o
assistente especial da Defesa Civil, Moacir Tadeu Wasieleswky.
A
costureira Irinéia Damasceno, 29 anos, mora na casa do lado direito com o
esposo, o motorista Carlos Maciel Ribeiro Pereira, 36 anos, e diz que a casa
estava vazia no momento do incidente. Ela é a mãe das crianças de 8 e 2 anos.
“A terra encostou na parede do banheiro, não chegou a romper, mas a cozinha
acabou alagando”, relata.
Alívio
Os
pais das vítimas, os agricultores Janeu Moraes da Silva e Doraci Pereira de
Souza, moram em um sítio na localidade Morro do Chapéu, interior de Campo Belo
do Sul, e se deslocaram para Lages ainda na noite de segunda, avisados pelo
vizinho que ouviu os gritos de pedido de socorro dos irmãos. A casa é de
propriedade da família há cerca de quatro anos e possui cozinha, sala, três
quartos, dois banheiros e área de serviço. “Quando chegamos já haviam
retirado os dois dos escombros. O bem material a gente recupera, o mais
importante é a vida”, reflete Janeu.
Caminhão
das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) chegou pela manhã enquanto
agentes da Defesa Civil vistoriavam o local. Segundo o eletricista Jucelito
Reche foi realizado o corte de fornecimento de energia para eliminar riscos de
incêndio.
Moradia precária de idoso é avaliada
Próximo
à residência, na rua Virgílio Ramos, bairro Morro do Posto, mora o aposentado
Oscar Rodrigues da Silva, 80 anos. Ele ocupa uma casa de madeira em extrema
precariedade, com risco iminente de desabamento. Seu sobrinho, o aposentado
Ivandel Hildebrando dos Santos, 46 anos, recorda que o idoso mora no local há
mais de 40 anos, sozinho. “Ele não tem condições financeiras de ter outra casa.
Nós ajudamos no que é possível”, explica. “Embora esta condição não tenha
relação com as chuvas, analisamos o local e preenchemos ficha de atendimento.
Encaminharemos o caso para a Secretaria de Habitação”, explica o agente Marcelo
Airton de Oliveira, funcionário da Secretaria de Meio Ambiente.
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