Até segunda-feira (30), 1.118 pinguins foram resgatados pelas equipes da Associação R3 Animal, entidade que monitora e protege esses animais, nas praias de Florianópolis. Contudo, segundo a associação, apenas 129 estavam vivos no momento do salvamento.
A presidente da R3 Animal e Coordenadora do PMP-BS/Florianópolis, Cristiane Kolesnikovas, explica que a maioria dos pinguins que chega às praias estão magros, desidratados, com temperatura corporal baixa, parasitados e com sinais de interação incidental com redes de pesca.
“Nossa equipe faz tudo que está ao alcance para salvá-los, mas nem sempre é possível”, afirma Cristiane Kolesnikovas.
As aves resgatadas vivas chegam tão debilitadas que muitas vezes morrem no caminho para o centro de reabilitação. Os pinguins aparecem na costa catarinense após uma longa viagem vindos das colônias na Patagônia/Argentina, na Península de Valdez, onde se reproduzem, em busca de alimentos.
A temporada dos pinguins vai até setembro, quando os animais começam a voltar para suas colônias. A maioria destas aves nadam em grupos mar adentro.
Contudo, os pinguins que encalham nas praias são animais juvenis, na maioria das vezes, e estão em seu primeiro ano de vida encarando a jornada de migração.
"Inexperientes, é comum que alguns animais tenham dificuldade em se alimentar, percam-se dos bandos e fiquem debilitados, encalhando nas praias. Também existem aqueles que interagem com petrechos de pesca. Mesmo não sendo alvo, são capturados incidentalmente. É a chamada captura bycatch, ou seja, não intencional", explica a entidade.
Atualmente, 21 pinguins estão em reabilitação na Associação R3 Animal e cerca de sete deles vieram de outras regiões do estado.
No mês de agosto, a entidade resgatou 932 pinguins e apenas 91 estavam vivos no momento do resgate. Em julho, foram resgatados 182 pinguins, e apenas 36 estavam vivos. Em junho, foram apenas dois e as aves estavam mortas. Os primeiros registros dessas aves este ano ocorreram em maio, com dois animais vivos.
"Temos recebido vários acionamentos diários sobre a presença de pinguins nas praias da Ilha de Santa Catarina", informa o órgão.
Animais mortos
O número de animais encontrados mortos já é o maior em três anos. Em 2020, dos 800 pinguins encontrados na Ilha, 116 estavam vivos no momento do resgate. Em 2019, foram 747 registros e apenas 53 estavam vivos. Já em 2018, foram resgatados 1.814 pinguins, sendo 113 vivos.
Os pinguins encontrados mortos pelas equipes, e que não estão em avançado estado de decomposição, são levados para o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Florianópolis e passam pelo exame necroscópico para tentar identificar a possível causa da morte.
“Alguns deles, com indícios de interação antrópica, tais como desgaste de penas e hematomas em aleta (asas). Mas, invariavelmente, todos com o pulmão comprometido, com acúmulo de secreção serosanguenolenta espumosa, que são indicativos fortes de asfixia/afogamento, possivelmente provocados por interação com redes de pesca”, conclui Sandro Sandri.
Orientações
Caso encontre um animal marinho ferido ou morto na praia, a R3 Animal orienta:
ligue para o Projeto de Monitoramento de Praias, no telefone 0800-642-3341
afaste animais domésticos, que podem ferir ou transmitir doenças
não coloque pinguins no gelo ou force a volta deles ao mar
caso o animal seja um pinguim, você pode cobri-lo com uma toalha para aquecê-lo e colocá-lo numa caixa de papelão
cuidado com o bico
G1SC
Nenhum comentário:
Postar um comentário