Um adolescente de 16 anos morador de Tubarão, no Sul catarinense, criou um projeto que utiliza a tecnologia para viabilizar a inclusão social de pessoas cegas ou com baixa visão. Alan Zabot propôs que um QR Code trazendo a audiodescrição da bula dos remédios seja inserido na embalagem dos medicamentos.
O jovem apresentou a proposta em março de 2020 e atualmente ela está sob análise da Secretaria de Governo da Presidência da República, onde pode futuramente virar lei.
"Há muito tempo, eu venho observando que a minha avó sempre teve dificuldade em ler a bula dos remédios. Ela sempre pedia a minha ajuda. Mas eu percebi que isso é uma dificuldade recorrente, tanto das pessoas que usam óculos até quem é cego ou tem alguma outra dificuldade, como dislexia, por exemplo. Pensando nisso, veio a ideia de colocar o QR code nas caixas de remédio", explica.
Atualmente, já existe um QR Code nas embalagens que traz informações visuais sobre o medicamento e sobre a empresa responsável por ele. Para as pessoas cegas há nas caixas somente o nome do medicamento escrito em braile. Hoje em Santa Catarina há mais de mil pessoas cegas.
"Os QR Codes são fundamentais não só nas embalagens de medicamentos, mas também de todos os produtos. É fundamental que ele [o QR Code] venha acompanhando de uma marcação tátil para que nós, pessoas cegas, possamos enquadrar corretamente os nossos celulares", afirma o presidente da Organização Nacional de Cegos do Brasil, Beto Pereira.
A proposta foi levada à Câmara de Deputados em fevereiro de 2021. O INC (indicação da Câmara) 136 sugere que o Ministério da Saúde torne obrigatória a padronização das embalagens com o QR Code.
"Isso vai trazer maior autonomia para essas pessoas, ou até mesmo para as pessoas que não têm essa dificuldade, mas preferem que a bula seja dita. Acho que é uma vitória para todo mundo", conclui Alan.
G1SC
Nenhum comentário:
Postar um comentário