sexta-feira, 19 de junho de 2015

Alimentos caseiros e sem agrotóxicos impulsionam a Feira de Economia Solidária

A periodicidade de realização da feira será toda segunda sexta-feira de cada mês, salvo impasses referentes às condições do tempo, quando será transferida

O céu azul desde cedo nesta sexta-feira (19) anunciava um dia de tempo firme. Apesar do frio, consumidores circulam pelas barracas da 2ª Feira da Economia Solidária, promovida durante o dia na Praça Vidal Ramos Sênior (Praça do Terminal Urbano) pelo Conselho Municipal de Economia Solidária. As secretarias municipais do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e renda; da Agricultura e Pesca, e da Assistência Social, são parcerias do evento. A periodicidade de realização da feira será toda segunda sexta-feira de cada mês, salvo impasses referentes às condições do tempo, quando será transferida.
Estão sendo comercializados produtos alimentícios orgânicos, entre hortaliças, verduras, legumes e tubérculos, além de temperos verdes, frutas, bolos, bolachas e elementos artesanais. Os consumidores podem apreciar e levar para casa produtos coloridos, frescos, ricos em nutrientes e o melhor, sem nenhum tipo de produto químico em seu cultivo, o que garante um alimento saudável sem prejuízos à saúde humana, e a preços justos. Está à venda pés de alface, couve, abóbora, moranga, chuchu, temperos verdes e mudas a R$ 1,00 de arruda, manjerona, manjericão, salsa e cebola, limão crioulo e bolos de fubá, laranja, cenoura e de banana, além de bolachas de araruta, sequilhos e broa de coco. Os pacotes e pedaços generosos de bolos são vendidos a R$ 10,00.
Os estandes estão repletos de produtos transportados por agricultores familiares moradores de comunidades rurais de Lages. É a situação do casal Saulo Moraes Branco, 45 anos, e Roseli Vonboemmel Moraes Branco, 42, de Santa Terezinha do Salto Caveiras, que costumeiramente oferecem seus produtos para a merenda escolar através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) há quase seis anos, com cota de até R$ 20 mil ao ano e a alguns aos supermercados da cidade. De acordo com Saulo, este ano a cota atingida pela família será de aproximadamente R$ 15 mil, dos quais deverão retirar os valores das despesas para poderem calcular o lucro. “Nós temos uma pick-up e trazemos toda segunda-feira para Lages, até o depósito da merenda. Tem vezes que trazemos 500 quilos e temos de buscar mais. Fornecemos feijão, moranga e bolachas.” A renda da família chega a R$ 1 mil ao mês.
O casal planta ainda abóbora e soja, e lida com pecuária para venda de gado, pois o leite é destinado ao consumo próprio. “Estamos participando pela terceira vez de feiras em Lages.” Eles trouxeram pinhão a R$ 4,00 o quilo, feijão dos tipos preto a R$ 4,00 e vermelho a R$ 5,00, e kiwi a R$ 3,00 e bolachas de fubá, araruta, amido com coco e chocolate, cuca com goiabada e bolo com amendoim. Os filhos, de 9 e 13 anos, ajudam na medida do possível. “A feira facilita no orçamento mensal da família. O lucro é variável, se acontecer no início do mês, rende mais. Contudo, dá uns R$ 400 no dia e faz muita diferença”, observa Saulo, enquanto Roseli analisa que ajuda muito. “Para nós que não temos renda fixa é muito bom. Só não produzimos outras culturas porque não temos mão de obra suficiente, pois somos somente em duas pessoas,”, diz.

A oferta e a procura
A bióloga e proprietária de farmácia, Eloni Pithan Geleski, 59 anos, mora no Centro e comprou bolachas de limão e cuca caseira de abacaxi feitas por uma produtora de Santa Terezinha do Boqueirão, além de temperos. “Eu vim da outra vez e comprei temperinhos. Gosto de vir aqui porque os temperos são bem duráveis. Gosto do preço e da qualidade. Diferentemente do mercado, estes produtos são livres de contaminação ao ser humano. As bolachas contêm conservantes. Estas são muito saborosas”, afirma. Para o secretário da Assistência Social, José Amarildo Farias, a economia solidária está cada vez mais fortalecida em Lages. “À comunidade precisa ser divulgado o trabalho destes empreendimentos”, diz. Já o secretário do Desenvolvimento Econômico, Juliano Chiodelli, explica que, de acordo com a lei municipal aprovada a referida secretaria é responsável pela gestão do Conselho e trabalha a questão com senso prioritário. “Realizamos reuniões frequentes e traçamos ações futuras para a consolidação deste processo. Quanto mais batermos nesta tecla, mais incutida estarão estas noções na sociedade”, comenta.

Artes manuais em evidência
O artesanato ganhou espaço e o Centro de Empreendimento Comunitário Retalharte, do bairro Copacabana, está vendendo itens confeccionados com retalhos de tecido em diversas estampas, como lixeiras para carro a R$ 5,00; aventais para grampos de roupa a R$ 15,00; bolsas a R$ 10,00 e panos de prato a R$ 5,00. O grupo já chegou a ter dez componentes, mas atualmente, estão em quatro. Esta é a terceira vez que participam da feira na praça, levando-se em consideração que acontecem, no mesmo local, edições da Feira Regional da Economia Solidária, promovidas pelo Fórum Regional de Economia Solidária (Cáritas Diocesana), com apoio da prefeitura. Os retalhos são doados pela marca de vestuário Dudalina, que compra as sacolas do grupo a serem utilizadas como embalagens aos seus clientes. A Eletrosul fez doações de máquinas de costura reta e overloque e também adquire os produtos da Retalharte. Os lucros das vendas são divididos entre as próprias mulheres, de forma igualitária. Elas se encontram semanalmente em uma casa alugada para a produção das peças exclusivas, na rua Aristides Waltrick, 69. O Retalharte conta com o apoio da prefeitura de Lages, Cáritas Diocesana, ITCP, Pronatec, Dudalina e Eletrosul. Segundo uma das integrantes do grupo, Lúcia Helena Lemos, a feira é uma ótima oportunidade de dar visibilidade e valorizar o trabalho.
O Grupo de Artesanato Saíram Marias faz parte do projeto de revitalização do artesanato de referência cultural da Serra Catarinense realizado pela Matakiterani Associação Cultural e está participando da Feira Municipal com a venda de produtos de arte em pet, velas, fibras naturais, bordado e crochê, entre outros.


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