A
periodicidade de realização da feira será toda segunda sexta-feira de cada mês,
salvo impasses referentes às condições do tempo, quando será transferida
O céu azul
desde cedo nesta sexta-feira (19) anunciava um dia de tempo firme. Apesar do
frio, consumidores circulam pelas barracas da 2ª Feira da Economia Solidária,
promovida durante o dia na Praça Vidal Ramos Sênior (Praça do Terminal Urbano)
pelo Conselho Municipal de Economia Solidária. As secretarias municipais do Desenvolvimento
Econômico, Trabalho e renda; da Agricultura e Pesca, e da Assistência Social,
são parcerias do evento. A periodicidade de realização da feira será toda
segunda sexta-feira de cada mês, salvo impasses referentes às condições do
tempo, quando será transferida.
Estão
sendo comercializados produtos alimentícios orgânicos, entre hortaliças,
verduras, legumes e tubérculos, além de temperos verdes, frutas, bolos,
bolachas e elementos artesanais. Os consumidores podem apreciar e levar para
casa produtos coloridos, frescos, ricos em nutrientes e o melhor, sem nenhum
tipo de produto químico em seu cultivo, o que garante um alimento saudável sem
prejuízos à saúde humana, e a preços justos. Está à venda pés de alface, couve,
abóbora, moranga, chuchu, temperos verdes e mudas a R$ 1,00 de arruda,
manjerona, manjericão, salsa e cebola, limão crioulo e bolos de fubá, laranja,
cenoura e de banana, além de bolachas de araruta, sequilhos e broa de coco. Os
pacotes e pedaços generosos de bolos são vendidos a R$ 10,00.
Os
estandes estão repletos de produtos transportados por agricultores familiares
moradores de comunidades rurais de Lages. É a situação do casal Saulo Moraes
Branco, 45 anos, e Roseli Vonboemmel Moraes Branco, 42, de Santa Terezinha do
Salto Caveiras, que costumeiramente oferecem seus produtos para a merenda
escolar através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) há quase seis anos,
com cota de até R$ 20 mil ao ano e a alguns aos supermercados da cidade. De
acordo com Saulo, este ano a cota atingida pela família será de aproximadamente
R$ 15 mil, dos quais deverão retirar os valores das despesas para poderem
calcular o lucro. “Nós temos uma pick-up
e trazemos toda segunda-feira para Lages, até o depósito da merenda. Tem vezes
que trazemos 500 quilos e temos de buscar mais. Fornecemos feijão, moranga e
bolachas.” A renda da família chega a R$ 1 mil ao mês.
O casal
planta ainda abóbora e soja, e lida com pecuária para venda de gado, pois o
leite é destinado ao consumo próprio. “Estamos participando pela terceira vez
de feiras em Lages.” Eles trouxeram pinhão a R$ 4,00 o quilo, feijão dos tipos
preto a R$ 4,00 e vermelho a R$ 5,00, e kiwi
a R$ 3,00 e bolachas de fubá, araruta, amido com coco e chocolate, cuca com
goiabada e bolo com amendoim. Os filhos, de 9 e 13 anos, ajudam na medida do
possível. “A feira facilita no orçamento mensal da família. O lucro é variável,
se acontecer no início do mês, rende mais. Contudo, dá uns R$ 400 no dia e faz
muita diferença”, observa Saulo, enquanto Roseli analisa que ajuda muito. “Para
nós que não temos renda fixa é muito bom. Só não produzimos outras culturas
porque não temos mão de obra suficiente, pois somos somente em duas pessoas,”,
diz.
A
oferta e a procura
A bióloga
e proprietária de farmácia, Eloni Pithan Geleski, 59 anos, mora no Centro e
comprou bolachas de limão e cuca caseira de abacaxi feitas por uma produtora de
Santa Terezinha do Boqueirão, além de temperos. “Eu vim da outra vez e comprei
temperinhos. Gosto de vir aqui porque os temperos são bem duráveis. Gosto do
preço e da qualidade. Diferentemente do mercado, estes produtos são livres de
contaminação ao ser humano. As bolachas contêm conservantes. Estas são muito
saborosas”, afirma. Para o secretário da Assistência Social, José Amarildo
Farias, a economia solidária está cada vez mais fortalecida em Lages. “À
comunidade precisa ser divulgado o trabalho destes empreendimentos”, diz. Já o
secretário do Desenvolvimento Econômico, Juliano Chiodelli, explica que, de
acordo com a lei municipal aprovada a referida secretaria é responsável pela
gestão do Conselho e trabalha a questão com senso prioritário. “Realizamos
reuniões frequentes e traçamos ações futuras para a consolidação deste
processo. Quanto mais batermos nesta tecla, mais incutida estarão estas noções
na sociedade”, comenta.
Artes
manuais em evidência
O
artesanato ganhou espaço e o Centro de Empreendimento Comunitário Retalharte,
do bairro Copacabana, está vendendo itens confeccionados com retalhos de tecido
em diversas estampas, como lixeiras para carro a R$ 5,00; aventais para grampos
de roupa a R$ 15,00; bolsas a R$ 10,00 e panos de prato a R$ 5,00. O grupo já
chegou a ter dez componentes, mas atualmente, estão em quatro. Esta é a
terceira vez que participam da feira na praça, levando-se em consideração que
acontecem, no mesmo local, edições da Feira Regional da Economia Solidária,
promovidas pelo Fórum Regional de Economia Solidária (Cáritas Diocesana), com
apoio da prefeitura. Os retalhos são doados pela marca de vestuário Dudalina,
que compra as sacolas do grupo a serem utilizadas como embalagens aos seus
clientes. A Eletrosul fez doações de máquinas de costura reta e overloque e
também adquire os produtos da Retalharte. Os lucros das vendas são divididos
entre as próprias mulheres, de forma igualitária. Elas se encontram
semanalmente em uma casa alugada para a produção das peças exclusivas, na rua
Aristides Waltrick, 69. O Retalharte conta com o apoio da prefeitura de Lages,
Cáritas Diocesana, ITCP, Pronatec, Dudalina e Eletrosul. Segundo uma das
integrantes do grupo, Lúcia Helena Lemos, a feira é uma ótima oportunidade de
dar visibilidade e valorizar o trabalho.
O Grupo de
Artesanato Saíram Marias faz parte do projeto de revitalização do artesanato de
referência cultural da Serra Catarinense realizado pela Matakiterani Associação
Cultural e está participando da Feira Municipal com a venda de produtos de arte
em pet, velas,
fibras naturais, bordado e crochê, entre outros.
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