quinta-feira, 6 de agosto de 2015

CPI do Sistema Carcerário aprova parecer de Carmen

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os problemas existentes no sistema carcerário do país aprovou, por unanimidade, nesta quarta-feira (05), parecer com várias propostas  apresentadas pela deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) sobre a implementação da política nacional de saúde nas penitenciárias e visando melhorias na área de direitos humanos, inclusive para mudar a realidade das mulheres presidiárias. 

Entre as medidas sugeridas por Carmen estão criação de espaço apropriado para a realização da visita íntima, o direito de as presas ficarem com os filhos no prazo mínimo de oito meses e a adoção de scanner  para a realização da revista na entrada dos presídios.

Atualmente, a revista é feita dentro das celas, inclusive na presença de presos e de crianças. A sub-relatora também defendeu que os deficientes físicos apenados tenham espaço adequado, de acordo com o que prevê o Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência. 

Avanços

Em sua fala, Carmen, ao destacar a não contaminação política nos trabalhos da CPI, disse que, apesar do pouco tempo para que a comissão realizasse audiências públicas e visitasse todos os estados, o colegiado apresentou um parecer isento e amplo que reflete a realidade do sistema carcerário em todo o país.  

“Avançamos muito, mas é preciso que este trabalho não se perca nos escaninhos desta Casa. Vamos trabalhar para dar sequência às propostas que foram discutidas aqui, muitas delas estão em tramitação no Congresso Nacional. É preciso um esforço de todos para mudarmos essa situação que tanto nos envergonha", conclamou.   

Atualmente, a população carcerária é de mais de 600 mil, dentre estes cerca de 34 mil mulheres. As estatística de recuperação também são desanimadoras: apenas 16% realizam atividade laboral nas cadeias. A porcentagem de estudantes-presidiários é de apenas 11%.   

Saúde nos Presídios 

Para Carmen, desde a promulgação da Constituição de 1988, que garantiu a saúde como direito de todos os brasileiros, a realidade vivenciada pelos presidiários pouco mudou. Aliás, agravou-se com a superlotação nas penitenciárias. 

A deputada lembra que a comissão parlamentar de inquérito que foi constituída há 20 anos (RC 775/95 ) pela Casa para propor solução para o sistema prisional já apontava a grave situação da ausência de  médicos e enfermeiros nos presídios. O parecer denunciava, inclusive, a falta de analgésicos nas farmácias. Essa precariedade, disse a parlamentar, teria colaborado para a proliferação de doenças como tuberculose e Aids entre presos. 

“Passados 20 anos, essa triste realidade permanece na maioria dos presídios brasileiros, que são verdadeiras incubadoras de doenças”, apontou Carmen.



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