A
ideia é discutir sobre a situação financeira dos municípios diante da crise
econômica pela qual o país está passando, inclusive com o enxugamento
bilionário de recursos por parte do governo federal
Desde a
manhã desta terça-feira (2), dirigentes municipais de Educação, equipes
pedagógicas, representantes das secretarias municipais de Finanças, assessores
orçamentários e contadores estão participando do encontro da União dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime), no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ)
da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). Mais de cem participantes
compõem a assembleia.
No
encontro estão representadas as cidades do Centro do Estado, com Planalto Sul,
Centro-Oeste e Oeste. Entre elas, Balneário Barra do Sul, Serra Alta, Pinhalzinho,
Macieira, Monte Carlo, Ouro, Lebon Régis, Curitibanos, Planalto Alegre e
Pomerode. Logo na abertura o público assistiu à apresentação de cinco alunos do
Projeto Samba Raiz, estudantes da Escola Municipal de Educação Básica (Emeb)
Mutirão, comandados pelo professor Paulo Henrique Ramos Godoy.
A
presidente da Undime e secretária de Educação de Chapecó, Astrit Maria Savaris
Tozzo, foi recepcionada pela secretária de Educação de Lages, Marimilia Coelho.
Neste encontro serão repassadas informações pelo palestrante Carlos Eduardo
Sanches, ex-presidente da Undime Nacional e consultor, sobre fontes de
financiamento da Educação - planejamento, arrecadação, aplicabilidade e
previsões para 2015, entre outros. O evento transcorre até por volta das 17h.
Astrit
Maria reitera que a ideia é discutir sobre a situação financeira dos municípios
diante da crise econômica pela qual o país está passando, inclusive com o
enxugamento bilionário de recursos por parte do governo federal. “Procuramos
distribuir estes encontros em três grandes regiões do Estado: Litoral, Centro e
Oeste para dar possibilidade de todos os profissionais participarem, pois
entendemos os custos que as capacitações geram às cidades e promovê-los somente
na capital dificulta o deslocamento”, explica.
Ela
ressalta que as informações deverão ser levadas aos prefeitos para que sejam
discutidas alternativas. “Que estejamos com os dois pés no chão. A Educação
envolve altos montantes de dinheiro, é algo de extrema responsabilidade e
devemos estar atentos a este momento atípico. Precisamos estar bem capacitados
para atravessar esse cenário delicado de acordo com a realidade de cada
município”, frisa. A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que, do montante
de recursos arrecadados mediante o recolhimento de impostos, 25% sejam
direcionados a investimento em Educação, percentual que é ultrapassado. “Há
algumas cidades de Santa Catarina com leis municipais que regem o máximo de
30%”, argumenta.
Sobrevivência
da Educação
Em Lages,
exemplos de mecanismos de repasse de recursos são os programas Brasil Carinhoso
(específico para a criança entre 0 e 48 meses, cadastrada no Programa
Bolsa-Família; Dinheiro Direto na Escola (PDDE), com o PDDE Escola e PDDE
Sustentável; Atleta na Escola - Programa de Formação Esportiva Escolar, Plano
de Ações Articuladas (PAR), e por este último são recebidos todos os recursos
da Educação. “Conseguimos os cinco ônibus do Caminho da Escola, 3.500 conjuntos
de mesa e cadeira para alunos e professores, renovando nossas unidades escolares
e brinquedos para a educação infantil. Os recursos da União são fundamentais
diante da dificuldade e da falta de recursos do município para implementar as
ações e elevar o nível da qualidade da educação”, analisa a secretária
Marimilia Coelho.
A
situação em Lages
A cidade
de Lages sofre com os empecilhos frente à liberação de recursos. Um dos cinco
ônibus entregues para o transporte escolar está estacionado na garagem com
impedimento de poder ser utilizado por conta da falta de liberação de pagamento
pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) à empresa montadora
do ônibus.
Outra
questão diz respeito a pendência, conforme Marimilia, dos três Centros de
Educação Infantil Municipal (Ceims) a serem construídos nos bairros Centenário
e Santa Helena e loteamento Nadir, pois os terrenos já foram desapropriados
pelo município, porém, a construtora Casa Alta solicitou um realinhamento de
valores orçamentários. No dia 5 saiu uma liminar sobre o caso. “Depois de todos
os municípios começarem a pressionar o FNDE, acredito que será liberado e o
município poderá licitar a obra e Lages contar com a construção já nos próximos
meses”, diz.
Em Lages
há 75 Ceims, 34 Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs) e 20 escolas do
campo, totalizando 129 unidades, mais de 15 mil alunos e em torno de 2.500
funcionários entre educadores, merendeiras e auxiliar de serviços gerais.
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